quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Na mesma linha

Este poema do Bukowski do post abaixo me fez lembrar o da poetisa (a gente reconhece nosso arcaísmo pelo uso dessa forma) uruguaia Idea Vilariño, também uma dolorosa despedida do amor. Ya no.

Já não será,
já não viveremos juntos, não criarei teu filho
não coserei tua roupa, não te terei à noite
não te beijarei ao partir, nunca saberás quem fui
por que me amaram outros.

Não chegarei a saber por que nem como, nunca
nem se era de verdade o que disseste que era,
nem quem foste, nem o que fui para ti,
nem como teria sido vivermos juntos,
amar-nos, esperar-nos, estar.

Já não sou mais do que eu para sempre e tu
já não serás para mim mais do que tu.
Já não estás em um dia futuro
não saberei onde vives, com quem
nem se te lembras.

Não me abraçarás nunca como essa noite, nunca. 
Não voltarei a te tocar. Não te verei morrer.

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